Eu não sabia o que responder. As palavras estavam presas na minha garganta, e tudo o que eu conseguia fazer era olhar para ele, tentando entender a complexidade daquele homem, a mistura de frieza e humanidade que ele carregava.
O que significava aquela risada dele? E o que significava eu querer ouvir mais dela?
Eu não olhava para ele. Nem uma vez. Meus olhos estavam fixos na janela, como se a paisagem fosse capaz de me salvar. Como se ignorá-lo fosse o suficiente para manter meus pecados bem longe da superfície da minha alma.
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Andrei dirigia em silêncio. O som do motor, os pneus cantando baixo no asfalto, o leve chiado do ar-condicionado. Tudo era ruído de fundo para o que martelava dentro de mim. A lembrança da noite anterior
Meu Deus, como ela me afetou.
Foi tão inesperada, tão real, tão humana. E eu… eu gostei. Por um segundo inteiro — talvez mais — eu esqueci de quem ele era. De quem eu era. E me permiti sentir alguma coisa que não deveria.
Um calor estranho tomou conta d