Engoli em seco. O perfume dele, ainda misturado ao meu, parecia me envolver como um escudo. Como se dissesse que, mesmo com o coração acelerado e a vergonha quente no rosto, eu estava segura. Porque ele estava comigo. Porque ele me queria exatamente assim.
Quando entramos no salão, Natasha já estava lá — sentada de lado, uma taça de vinho na mão, o celular na outra. Os olhos rápidos passaram pela gente, e ela soltou um sorrisinho debochado.
— Atrasaram — comentou, sem levantar os olhos do visor.
Luka estava à cabeceira, impassível como sempre. Quando nos viu, apenas revirou os olhos e suspirou como um pai cansado da bagunça dos filhos.
A mesa estava elegantemente posta, com velas acesas e o aroma das comidas espalhando-se pelo ar. Tudo lindo, preparado para essa noite de Ano Novo.
Nos aproximamos da mesa e nos sentamos. Eu mal toquei no guardanapo, ainda me ajustando à atmosfera solene da casa, quando um dos homens que trabalhavam ali um dos soldados de Luka, provavelmente, ap