Minha garganta secou, e eu engoli em seco, tentando me recompor. Olhei para a janela novamente, tentando me distrair com a paisagem, mas era impossível. Meus olhos voltaram para ele, quase que involuntariamente, e dessa vez ele me viu.
No retrovisor, e eu senti um calafrio percorrer minha espinha, mas disfarcei rapidamente, virando o rosto para a janela novamente. Meu coração batia mais rápido, e eu tentei me convencer de que era só o movimento do carro.
Foi quando senti o toque de um dedo no meu ombro. Eu congelei, o arrepio subindo pela minha espinha. Virei o rosto lentamente e lá estava Ângela, com aquele sorriso travesso que me fazia querer pular da janela.
Ela inclinou a cabeça, seus olhos brilhando com algo entre curiosidade e diversão.
— Aquele cara... — ela sussurrou, com os olhos fixos em Hector. — Não é de se jogar fora, né?
Eu dei um sorriso pequeno, quase imperceptível, mas não respondi. Em vez disso, meus olhos voltaram para o retrovisor, quase que involuntariamente