Fazia quatro dias desde que ela sumiu.
Quatro dias sem uma mensagem, sem um sinal. Apenas o silêncio. E os estilhaços do celular dela no chão da sala, como se ele tivesse feito questão de quebrar tudo que me ligava a ela.
Entrei no quarto da Carol como se cada passo exigisse força demais. O ambiente ainda tinha o cheiro dela, o rastro do que éramos antes disso virar um inferno.
No criado-mudo, o bilhete escrito com a raiva de quem esperou anos por essa chance.
> “Ela pode me dar o que você me tirou.”
Respirei fundo, tentando manter o controle. Mas não existia mais controle. Só raiva. E culpa. E a imagem dela com aquele maldito, em algum lugar que eu ainda não conseguia encontrar.
O barulho da porta me tirou do transe. Erick entrou, com o celular na mão e o semblante tenso.
— Conseguimos localizar uma movimentação em um armazém antigo, a 40 minutos daqui. As câmeras de segurança da rodovia captaram uma van branca compatível com a descrição que recebemos. E, antes que pergunte…