Capítulo 28

O quarto estava escuro, exceto pela luz do corredor vazando pela fresta da porta. Carol estava sentada no chão, encostada na parede, joelhos pressionados contra o peito. O apartamento parecia vazio demais. Silencioso demais. Assustador demais.

Ela não sabia ao certo o que havia desencadeado aquilo… talvez a ligação da noite anterior, talvez o rosto de Christopher ainda tatuado na mente, talvez o cansaço de fingir que estava tudo bem. Talvez tudo.

O peito apertou.

As mãos tremeram.

O som do ar entrando e saindo começou a falhar. Como se o mundo estivesse sugando o oxigênio ao redor dela.

“Cadê meu papai?”

A voz de uma garotinha, aguda, cortando o tempo.

“Seu pai não vai vir, Carolzinha.”

A cuidadora, com pena nos olhos. Sempre pena.

“Mas ele disse… Ele disse que voltava.”

Os flashs vinham em rajadas, descontrolados. Um por cima do outro, como fragmentos de uma fita de vídeo quebrada.

O orfanato. Os lençóis ásperos. O cheiro de mingau azedo. O som das crianças chorando de noite.

Ela sen
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