— Senhor Martínez?
As letras se embolam ao escaparem da minha boca sozinhas. Incrédulas.
O diretor da escola é dono de uma mesa de carteado, em um bar que serve bebidas para menores e, na maioria das noites, para seus próprios alunos. Para o filho dele. Por isso Tommy me viu no Redbloom outro dia. Por isso ele estava aqui. É o negócio do papai. Quanto mais amigos ele trazer, melhor. Quanto mais alunas com seus vestidos curtos tiver naquele bar, mais clientes pervertidos o pai dele terá. E esse tipo de pervertido é exatamente quem enche os bolsos dele com rios de dinheiro ao perderem suas apostas depois de se sentirem poderosos e imbatíveis com alguns drinks.
— Cecily. - O homem bafora meu nome em meio a fumaça do charuto grosso. A essência do cravo e especiarias queimadas enche a sala, tornando o ar sufocante e seco. Ele está com o mesmo terno que usava no hospital, mas tirou o blazer que agora descansa dobrado sobre o encosto de uma das poltronas em frente a mesa. — É a segunda vez