Andrés empurra sua cadeira majestosa, as mãos escondidas despretensiosamente nos bolsos da calça social. Um relógio de ouro robusto enfeita o punho, a aliança me lembra de sua mulher e há um segundo anel no mindinho esquerdo. Gisella não está aqui, mas é óbvio que sabe sobre o segundo emprego do marido, após a escola. O papel de diretor disfarça muito bem o criminoso cretino que deve ser. Criminoso sim, porque apostaria todas as malditas fichas que aquele traficante que vende droga para adolescentes paga comissão para manter seu ponto de venda ativo.
— O que ele fez com o meu Tommy… - Os passos ecoam pelo chão, pesados e meticulosamente calculados para me despertar ondas arrepiantes sob a pele. Saio do meio das duas poltronas, a última coisa que quero é que ele me ronde até ficar presa ali. Recuo devagar, a cada passo dele. — Não costumo perdoar, apesar da sua tentativa ridícula de fazer as pazes no hospital.
— Ele mereceu. - Disparo envolvendo a cintura com os braços, a jaqueta bloqu