Ele não sorri, apenas passeia os olhos castanhos por meu rosto, as mãos nos bolsos da frente da calça social, um terninho cinza com linhas verticais e uma gravata brega estampada por bolinhas azuis escuras.
— Posso falar com o Tommy? - Pulo a parte da cordialidade. É perda de tempo e pretendo ficar menos de cinco minutos nesse lugar, ou meu guarda-costas subirá aqui e tudo irá para o inferno. Aperto meus dedos, puxando-os para estalar as articulações. O homem é bem alto e grande de corpo, uma proporção maior de músculo que gordura, porém a estrutura óssea o deixa intimidador. — Por favor, senhor Martinez. Quero resolver esse… mal entendido.
— Não acha que já causou estragos demais? - Gisella segura os quadris largos, o longo cabelo negro como ébano chega a tocar os dedos dela.
— Calma, mi amor. - O senhor Martínez a puxa pela cintura, colando-a a si e acariciando abaixo do seio da mulher. Ele sorri dessa vez, amenizando a tensão palpável no ar sufocante. — Isso é briga de criança, dei