Matteo desliga a SUV na garagem. Assisto a porta abaixar e nos trancar em segurança do lado de dentro da casa. Ouço os irrigadores do jardim pelo qual passamos e vozes ecoam de algum canto, provavelmente da copa ou da cozinha, onde Cokki deve estar cozinhando, enquanto conta sua vida toda para Anthony. Ela sempre tem assunto com todo mundo e isso é impressionante, invejável até. Me livro do cinto.

— Quer conversar? - Ele quebra o silêncio, tirando o cinto da frente do corpo. A jaqueta dele pesa nos ombros, como um abraço. Gosto da sensação e do perfume nela. Gosto de me sentir como quando roubava as blusas do meu pai para dormir quando era pequena. Em nenhum momento foi pedida de volta e talvez, eu não queira devolvê-la, mesmo sabendo que vou ter que devolvê-la. — Você não abriu a boca desde que saiu do hospital. Aconteceu algo que eu deva saber?

— A mãe dele mandou os carros para me assustar. Aquela, vaca. - Conto e desço os pés do banco, calçando as sandálias de tirinhas brancas por