Ponto de vista de Máximo Bianchi.

O escritório estava tomado pelo cheiro de café forte e madeira antiga, misturado ao leve odor do charuto apagado na bandeja de prata. O som dos meus dedos tamborilando sobre a mesa era o único que preenchia o silêncio desconfortável entre mim e Enrico.

Ele estava sentado no sofá, com as mãos entrelaçadas, balançando a perna de nervoso. Sabíamos exatamente sobre o que não estávamos falando… até que ele não aguentou mais.

— Cara... — suspirou, passando as mãos no rosto — ...eu tô fodido.

Cruzei os braços, segurando o riso.

— Isso não é novidade, Enrico. Você tá fodido desde quando começou a olhar pra Giovanna diferente.

Ele me lançou um olhar torto, entre o constrangido e o irritado.

— Acha que eu não sei disso? — respondeu, esfregando as mãos nos cabelos. — Mas uma coisa é você amar escondido, outra é quando ela volta… e tudo volta com ela.

Me levantei, rodeando a mesa, parei na frente dele.

— O problema nunca foi você amar a Giovanna. — Cruzei os bra