Ponto de vista de Máximo
O sol já começava a invadir as frestas da janela quando abri os olhos. Pela primeira vez em dias, não havia desespero. Não havia sangue. Não havia correria. Havia paz. Havia ela.
Serena dormia profundamente, encolhida no meu peito, respirando devagar, como se seu corpo enfim acreditasse que estava segura. E estava. Meu braço estava sobre sua cintura, protegendo-a, enquanto meu rosto estava enterrado nos seus cabelos, inalando seu cheiro como se aquilo fosse oxigênio.
Beijei sua testa e deslizei os dedos de leve por sua coluna, só pra garantir que aquilo era real. Que ela estava ali. Comigo.
— Você tá acordado? — a voz dela soou baixa, rouca, carregada de sonolência.
Sorri. — Tô, amor. Você tá bem?
Ela me apertou mais. — Agora eu tô...
Ficamos assim mais alguns minutos, até escutarmos vozes vindas do andar de baixo. A casa estava viva. Minha família inteira estava ali. E hoje... hoje não tinha guerra. Hoje só tinha amor, cuidado e aquele caos típico de u