O corredor do Grupo Santos parecia longo demais.
Zain me beijava como se não houvesse amanhã, mas por trás da força daquele beijo eu sentia algo estranho, como se ele estivesse escondendo uma dor maior do que a pancada que levara.
Quando nos afastamos, percebi: seus olhos estavam diferentes. Um brilho distante, pesado.
— Você tá bem? — perguntei, tocando sua testa.
— Melhor do que nunca. — Ele sorriu, mas não me convenceu.
A porta da sala de reuniões se abriu atrás de nós. A matriarca do Grupo Santos nos chamava.
— Está na hora, Joana.
Entrei com as pernas tremendo. Zain caminhava ao meu lado como se fosse dono daquele lugar.
Ana já estava lá dentro, colada no marido Marcelo, tentando recuperar o controle. O gerente mantinha a cabeça baixa, pálido de medo.
A matriarca se sentou na cabeceira. O herdeiro mais novo ficou de pé, os olhos cravados em Zain.
Eu podia sentir a tensão no ar, como se todos esperassem por uma revelação.
— Grupo Ayra sempre foi referência em fragrâncias — a matri