O silêncio entre eles era sufocante, tão espesso quanto uma neblina carregada de segredos — denso, escuro, quase palpável. Pairava no ar como fumaça negra prestes a consumir qualquer traço de razão. O mundo ao redor parecia ter parado de girar. O vento do lado de fora da mansão gemia pelas frestas da janela, e as paredes rangiam como se sentissem o peso da verdade prestes a ser revelada.
Dante permanecia imóvel, um espectro entre sombras e verdades ocultas. Seu olhar era incandescente, queimando por trás da máscara de couro que escondia seu rosto, mas nada conseguia conter a intensidade com que fitava Elena — olhos como brasas que devoravam a alma dela sem piedade.
Ela não recuou. Estava firme, os punhos cerrados, o coração em disparada. Sua postura era a de uma guerreira — e também de alguém prestes a desabar. Elena sentia o mundo ruir sob seus pés, mas estava pronta. Para escutar. Para enfrentar. Para lutar, se preciso fosse.
— Elena — começou Dante, sua voz baixa, rouca, reverberan