Dante permaneceu imóvel por alguns segundos, os olhos fixos na porta por onde Elena acabara de desaparecer. A silhueta esguia dela ainda parecia dançar em sua mente, como um fantasma elegante que se esvaía, deixando para trás apenas o eco abafado dos passos apressados — um som que reverberava dentro dele como um lembrete cruel de que algo havia se partido. E não era só o vaso.
Com uma calma calculada, ele caminhou até os destroços espalhados pelo assoalho de madeira polida, o som seco de seus sapatos caros contrastando com o silêncio denso do ambiente. O ar parecia suspenso, carregado de uma tensão que teimava em não se dissipar. Ajoelhou-se com cuidado, o terno impecável se ajustando ao movimento, e apanhou o maior fragmento da cerâmica destruída. Passou o polegar pela borda irregular, arriscando um corte, mas sem hesitar — como se a dor física fosse preferível ao que sentia por dentro.
Aquele era o vaso favorito de Clarisse. Nele, ela sempre colocava peônias frescas, mesmo nos dias