Ele afundou nela com mais firmeza, como se quisesse cravar naquele corpo tudo o que o consumia por dentro. A urgência queimava em sua pele como brasas vivas, cada movimento carregando o peso de um clamor silencioso. Era mais que prazer — era um pedido de perdão, um lamento contido, uma tentativa desesperada de eternizar aquele instante antes que a realidade lá fora o arrancasse dela.
A penumbra do quarto era densa, acolhedora. As cortinas semiabertas deixavam entrar feixes tímidos da luz da lua, que dançavam nas paredes como fantasmas, enquanto o som abafado do mar criava uma trilha distante, quase irreal. Ali dentro, só existia o calor dos corpos, o ranger da cama, os suspiros entrecortados e os olhos de Elena — cravados nos dele com uma intensidade que o desarmava por completo.
Ela o recebia sem medo, com as pernas firmes ao redor de sua cintura e a alma completamente nua. Seus olhos diziam tudo: “Eu vejo você. Todo você.” E aquilo o partia ao meio.
Ela o via.
Não apenas o corpo, nã