O dia seguinte amanheceu cinza, com o tipo de nuvem que parece pesar em cima da cidade inteira. Ashiley acordou com uma estranha mistura de ansiedade e irritação, ainda sentindo o impacto da noite anterior — e da confissão de Gustavo.
“Você é minha linha de limite.
E eu passei.”
Ela não sabia o que fazer com aquilo.
Não sabia onde colocar, onde guardar, onde esquecer.
Quando desceu as escadas, Gustavo estava lá.
Calmo demais.
Controlado demais.
Distante… como ela pediu.
— Pronta? — perguntou ele, com a voz neutra.
— Sim.
Eles entraram no carro.
O silêncio foi tão pesado que Marina, sentada na frente, parou de digitar por alguns segundos, como se sentisse que qualquer ruído podia quebrar o ar.
A primeira casa ficava em um condomínio fechado, com segurança reforçada, jardins planejados, tudo impecável. O corretor estava esperando na entrada, todo cheio de sorrisos ensaiados.
— Senhor Martins, senhorita Monteiro, é uma honra! Vamos começar?
Gustavo deu um aceno seco.
— Mostre apenas o es