A manhã estava clara, mas o vento carregava um frio que não combinava com o sol. Ashiley decidiu visitar a casa nova antes da assinatura oficial. Queria ver tudo com calma, sem seguranças, sem Gustavo, sem corretor falando demais. Precisava sentir o lugar por ela mesma.
Marina tentou insistir em acompanhá-la.
— Só quinze minutos, Marina — disse Ashiley. — Eu preciso respirar um pouco sem alguém narrando cada passo meu.
A assistente avaliou, apertou os lábios e enfim concordou.
— Quinze minutos. E eu fico na rua. Qualquer coisa, me liga.
Ashiley assentiu e entrou sozinha.
A casa estava exatamente como lembrava: iluminada, silenciosa, acolhedora.
Entrou devagar pelos cômodos, imaginando a rotina ali.
Cozinha pequena, mas funcional.
Sala de estar com janelas enormes.
Um quarto que recebia luz de manhã.
Outro com cheiro de madeira nova.
Ela se encostou no batente da porta, respirando fundo.
Quase conseguiu se imaginar vivendo ali.
Quase.
Porque o mundo não dava trégua.
O celular vibrou.
M