As manhãs da cidade voltaram a ser agitadas com manchetes sobre Adriano Monteiro. O empresário caído já não estampava campanhas de sucesso, mas escândalos diários. Mesmo assim, Clara sabia: os jornais mostravam apenas a superfície. Nos bastidores, havia uma rede de lealdades compradas, favores antigos, acordos obscuros. Era essa teia que mantinha Adriano respirando, mesmo dentro das grades.
Naquela tarde, Clara e Elena se encontraram em um escritório discreto, longe de câmeras e olhares curiosos. A mesa era simples, as paredes nuas. Apenas uma pasta no centro, cheia de documentos, aguardava ser aberta. Augusto, advogado de Clara, as observava com a seriedade de quem entendia a gravidade daquela união improvável.
Clara foi a primeira a falar:
— Não confio em você, Elena. E não vou confiar. Mas se o objetivo é destruir cada raiz do poder de Adriano, então estamos no mesmo campo.
Elena manteve o olhar fixo, sem se intimidar. — Não peço confiança. Peço apenas que aceite os fatos: ele aind