As luzes frias do novo apartamento iluminavam a mesa improvisada de Clara. Ela espalhou os documentos diante de si como quem organiza peças de um quebra-cabeça. Transferências internacionais, extratos adulterados, contratos falsos. Tudo gritava a mesma coisa: corrupção.
Não era apenas traição conjugal. Adriano havia usado a própria empresa como fachada para sustentar Elena em outro país. Meses de dinheiro desviado, passagens pagas, estadias em hotéis de luxo registradas como “reuniões de negócios”. Era mais do que um erro moral: era um crime corporativo.
Clara pegou o celular e digitou uma mensagem rápida para Ricardo:
"Está pronto para dar o próximo passo?"
A resposta veio em segundos:
"Diga o que fazer."
Sorriu. Ele já estava dentro do jogo.
Na sede da Monteiro Corp, Adriano tentava manter o controle. O prédio envidraçado refletia a cidade movimentada, mas por dentro, sua mente era um labirinto em colapso. Os sócios já começavam a murmurar. Um deles havia comentado sobre movimentaçõ