Felipe
O corpo dela ainda está colado ao meu, quente, frágil, entregue… mas, quando a palavra sai de sua boca, tudo em mim congela.
— Lucas é meu irmão.
Meu peito trava. O ar parece não encontrar caminho nos meus pulmões. Irmão? A palavra ecoa, pesada, absurda, como um soco que me arranca do pouco de calma que ainda restava depois da tempestade que foi possuir essa mulher.
Eu a encaro, os dedos dela ainda repousando sobre mim como se não tivessem acabado de abrir uma ferida profunda. Helena… filha única, a mulher que eu jurei para mim que não teria segredos. E agora me diz que tem um irmão escondido nas sombras?
Meu primeiro instinto é explodir. Dizer que a reconheci, que ela não é só a minha assistente, mas o meu amor perdido, a menina que nunca saiu da minha memória. Mas não. Esse não é o momento. Esse segredo ainda é meu. E eu vou usá-lo no tempo certo.
O peso do que ela diz afunda em mim. Fico em silêncio, mas minha mente é uma guerra. Pedaços desconexos de tudo que vi, todos os