Felipe Diniz
Eu observo Helena com a paciência de um predador que conhece o momento exato de atacar. Não tenho pressa, porque sei que cada segundo ao lado dela é uma vitória silenciosa. Ela pensa que consegue resistir, que consegue manter o controle. Ingênua. Cada movimento dela é um convite disfarçado.
O corpo dela fala comigo antes mesmo que a boca ouse negar. O rubor em suas bochechas quando me aproximo, o arrepio que percorre sua pele quando minha respiração roça de leve seu pescoço, o jeito como seus lábios se entreabrem, famintos, mesmo quando ela tenta endurecê-los em desafio.
Eu já sei. Já senti. Já provei.
Helena me deseja. O desejo dela é cru, urgente, selvagem - e só cresce à medida que ela tenta apagá-lo. Mas quanto mais ela resiste, mais a chama se espalha, queimando-a por dentro. É delicioso vê-la perder o fôlego quando me aproximo, perceber o desespero em seus olhos quando minha mão quase toca sua pele e recua no último instante, deixando-a implorando em silêncio.
Eu me