Felipe
Não existe pior sensação do que saber que o perigo entrou na sua casa. E a empresa é a minha casa. E Helena… Deus… Helena é tudo que eu tenho de real. Quando ela diz que está sendo seguida, algo dentro de mim simplesmente quebra. Não racha. Não trinca. Quebra. E quando ela diz que era um homem — frio, parado, observando — o que se quebra dentro de mim se transforma em outra coisa: Fúria. Não a fúria que grita. A que mata em silêncio.
Assim que deixo Helena sentada na minha sala com a segurança travada, sigo direto para o térreo. Henrique deveria estar lá — mas não está. E isso apenas confirma o que venho percebendo há horas.
Ele sumiu.
E quando alguém como Henrique some, significa apenas uma coisa: Ele sabe mais do que deveria… Ou alguém fez questão de fazê-lo desaparecer.
Desço as escadas até o estacionamento, atravessando os corredores com passos longos. A sensação é de que cada canto da empresa tem olhos. E eles não são meus.
Ligo para ele pela terceira vez.
Cai na caixa pos