Ao sair de casa para morar o campus da faculdade, cobri tudo com lençóis brancos e doei todas as minhas roupas que não pude levar. Quando peguei meu diploma, fui morar no apartamento, e em seguida comecei a viajar. Passei os últimos anos mergulhada em voos, palestras e entrevistas, buscando um propósito que não fosse Benjamin. Faziam muitos anos que eu não pisava naquele quarto, e ainda assim, ao entrar ali, me senti em casa, mesmo que a dor de tudo o que vivi ali estivesse gravada em cada canto.
Caminhei lentamente pelos espaços vazios, o banheiro, o closet, cada detalhe parecia ainda respirar os ecos da minha antiga vida.
Quando entrei no quarto, Benjamin estava lá, sentado na cama, como se o tempo não tivesse passado.
— Te abraçar é o máximo que consigo suportar de você hoje – disse, com a dureza que a raiva me impunha, tentando encobrir a fraqueza que ainda sentia por ele.
Ele levantou e caminhou na minha direção, sem a confiança que costumava ter.
— Eu sei que é demais trazer a