O tempo parecia desacelerar à medida que os minutos passavam. O burburinho dos dois homens preparando o churrasco parecia distante, como se estivessem em outra realidade, uma onde eu não tivesse acabado de ouvir aquelas palavras e em que meu coração não estivesse quebrado em mil pedaços.
E então, como um golpe definitivo, vi o carro de Benjamin aparecer na entrada da casa, as luzes dianteiras cortando a escuridão da noite. O ar ficou ainda mais denso, como se tudo ao me redor tivesse se tornado um espaço comprimido e opressor.
Benjamin saiu do carro com uma postura confiante, como sempre fizera, mas o que me deixou sem fôlego não foi sua presença, algo que já estava acostumada a suportar, mas o fato de que ele não estava mais sozinho.
Amélia desceu do outro lado, sorrindo com aquele tipo de sorriso fácil, o tipo que se dava quando a vida parecia ser uma sequência de momentos felizes, sem a complexidade das dores que eu conhecia tão bem. Ela usava um vestido curto e leve, algo simples,