Capítulo 77

Sete anos se passaram desde que nos instalamos em Corippo, e a vida, de alguma forma, encontrou um ritmo que eu nunca imaginei possível após o inferno que deixamos para trás.

O vilarejo, com suas casas de pedra e ruas sinuosas, tornou-se mais do que um refúgio, era um lar.

Eu me reinventei aqui, transformando a dor em algo doce, literalmente. Tornei-me confeiteira, especializada em tortas de maçã feitas com as frutas crocantes dos pomares locais, a massa amanteigada e o recheio quente perfumando nossa casa de pedra. Minhas tortas eram vendidas nas poucas padarias da região, entregues em cestas de vime que eu carregava pelas trilhas íngremes até Locarno ou Ascona.

O luto pelo meu filho nunca me deixou, mas aprendi a carregá-lo como uma cicatriz, não uma ferida aberta. A meditação diária, o apoio de Min-ho e a simplicidade da vida em Corippo me ensinaram a perdoar; não os outros, mas a mim mesma.

Agora, aos seis meses de gravidez, eu sentia uma nova vida crescendo dentro de mim. Era uma
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