Na manhã seguinte à explosiva entrevista de Amanda, os portais ferviam. Manchetes exaltavam sua firmeza, editoriais a chamavam de símbolo de uma nova geração de mulheres no poder. Era como se, num passe de mágica, Amanda Costa tivesse deixado de ser “a mulher abandonada no altar” para se tornar “a mulher que se ergueu com um império nos ombros”.
Mas no Club Florentine, o céu permanecia limpo.
Ali, onde o mundo real parecia distante, intocável, Vitória Mancini tomava seu café matinal numa xícara de porcelana francesa, enquanto o som sutil de um quarteto de cordas ecoava do salão principal. Tudo nela era controle: do movimento do pulso ao cruzar as pernas, da forma como os olhos varriam o salão até a exata temperatura do chá que recusara minutos antes.
Ela não via a ascensão de Amanda como uma ameaça.
Via como uma distração.
E distrações… eram úteis.
Sentada em sua suíte privada — um espaço decorado com obras originais de artistas que haviam assinado contratos de silêncio vitalícios — V