Dia Seguinte
O café da manhã na mansão Mancini parecia mais uma audiência silenciosa — onde cada gesto, cada palavra, cada pausa era parte de uma negociação tensa entre duas forças que não se curvavam.
Amanda desceu as escadas como quem já sabia o que a aguardava. Seus cabelos ainda úmidos do banho estavam soltos, caindo com naturalidade sobre os ombros. A roupa — calça de linho e camisa de botão levemente aberta no colo — era um manifesto de equilíbrio: informal o bastante para mostrar que ela estava em casa, refinada o suficiente para lembrar que ela não era qualquer uma.
Vitória estava sentada à cabeceira, a postura ereta como um cetro invisível. O robe de seda azul petróleo era uma armadura elegante, e o jornal dobrado entre os dedos servia mais como escudo do que leitura. O rosto dela — sóbrio, bem cuidado, impenetrável — não deixava escapar emoção. Mas os olhos… os olhos escaneavam Amanda como quem mede a extensão de uma ameaça.
Amanda sentou-se à mesa. Não pediu licença. Não pe