Depois do confronto direto com Vitória, Amanda decidiu sair. Precisava respirar. Conversar. Desabafar com alguém, ou iria explodir. Sem muito pensar decidiu ir ao encontro da irmã. Marcela era a única pessoa capaz de ouvir sem julgar, e isso era o que Amanda precisava nesse momento.
O café da Marcela ficava no centro histórico, entre paralelepípedos antigos e plantas penduradas em janelas coloniais. Era um lugar pequeno, com cheiro de pão de fermentação lenta e promessas de acolhimento. Amanda chegou com os ombros pesados e os olhos escondidos atrás de óculos escuros — mas o coração pulsava alto demais para qualquer disfarce.
Marcela a viu e abriu os braços antes mesmo que ela chegasse ao balcão.
— Você parece um furacão tentando disfarçar que é só brisa — disse, puxando Amanda para um abraço firme.
Amanda se deixou segurar por alguns segundos antes de murmurar:
— Vitória Mancini esteve lá.
Marcela recuou, arregalando os olhos.
— Aquela esfinge encarnada?
Amanda soltou uma risada aba