Era domingo e o mundo parecia mais silencioso do que o normal.
O tipo de silêncio que não pesa — que acolhe, como um cobertor sobre os ombros.
Mila acordou com o som de pratos na cozinha.
Sentiu o cheiro de café e pão aquecido.
Sorriu antes mesmo de abrir os olhos.
— Se isso for um sonho, não me acorda — murmurou, enrolada no lençol.
— Não é sonho. Mas eu trouxe café — disse Blerim, entrando com a bandeja nas mãos.
Ele vestia uma camiseta velha, manchada de tinta, e o cabelo desalinhado.
Era, de longe, o homem mais bonito que ela já vira.
— Tá querendo pontos eternos?
— Talvez. — Ele se sentou na beirada da cama. — Ou talvez eu só goste de ver você sorrir assim, sem esforço.
Ela o puxou pelo colarinho e o beijou, antes mesmo do primeiro gole de café.
— Obrigada por isso. Por tudo.
— Ainda vem mais.
— Mais?
— Hoje é dia de boas surpresas.
Depois do café, passaram a manhã organizando a antiga garagem.
Mila tirava as caixas, empilhava panos velhos, enquanto Blerim media paredes, fazia es