O caminho de volta foi quase silencioso.
Mas era um silêncio bom, daqueles que não pesam.
O tipo de quietude que acontece quando duas pessoas sabem que estão vivendo algo importante — e não querem quebrar.
Mila se recostou no banco do carona e fechou os olhos por alguns minutos.
Ainda sentia, na pele, o calor suave do sol da tarde e o toque das mãos dele segurando as dela.
Quando abriu os olhos, Blerim desviou o olhar da estrada só por um instante, mas foi o bastante.
Aquele jeito dele — que não perguntava, que só ficava — era o que mais desconcertava.
Talvez porque fosse raro demais.
Ou porque fosse exatamente o que ela sempre quis e nunca teve coragem de pedir.
Chegaram à casa quando o céu já começava a se tingir de rosa.
Ela desceu primeiro, sentindo as pernas estranhamente leves.
Ele pegou a cesta e fechou a porta do carro com cuidado, como se qualquer barulho mais alto pudesse estragar o encanto do dia.
— Vou ajudar a guardar tudo — disse ele, caminhando atrás dela.
— Não precisa