Na manhã seguinte, Mila acordou com o despertador pela primeira vez em muitos dias.
O som não era exatamente agradável, mas ela sorriu assim mesmo.
Havia algo reconfortante em saber que, dali em diante, as manhãs teriam compromissos de novo.
A rotina de trabalho remoto começava oficialmente.
Ela vestiu uma blusa clara, amarrou o cabelo no alto da cabeça e fez café com aquele cuidado pequeno que já era parte do ritual.
Enquanto a água fervia, passou os olhos pela sala — o sofá coberto com a manta que veio de Roma, a estante agora cheia de livros misturados aos cadernos da mãe.
Por um instante, sentiu o peito apertar.
Porque estava tudo diferente.
E, ao mesmo tempo, tudo tão certo que chegava a dar medo.
Ligou o computador e revisou as mensagens que haviam chegado.
O editor-chefe tinha mandado uma lista de ajustes num guia de viagem.
Um colega perguntava se ela conseguiria traduzir um texto até o final da semana.
O normal. O previsível.
E, ainda assim, parecia outra vida.
Enquanto respo