O relógio marcava quase meia-noite quando Amara deixou o quarto.
O corpo ainda carregava os resquícios da adrenalina, o peito apertado, a mente em guerra.
Ela precisava de ar.
Precisava fugir do cheiro dele, da presença dele, da maldita forma como aquele homem a consumia sem esforço.
Mas, claro, Dante Moretti não sabia respeitar espaços.
Encontrou-o na varanda dos fundos da mansão, camisa aberta, o cigarro entre os dedos, o olhar perdido na escuridão da noite.
Ele nem se virou quando ela se aproximou.
— Fugindo da sua própria cama? — a voz dele saiu rouca, carregada de sarcasmo.
Amara bufou, cruzando os braços.
— Fugindo de você, se quer saber.
Ele riu baixo, trincando o maxilar.
— Isso não é possível, Bellucci. Nem eu consigo fugir de mim mesmo.
Ela se encostou na mureta de pedra, observando o jardim escuro.
— Você devia tentar. Se odeia tanto assim os Bellucci… devia correr.
Dante virou o rosto devagar, os olhos cinzentos pousando nela com intensidade, an