O avião da Polícia Federal rasgava o amanhecer, subindo por entre nuvens pesadas. Lá embaixo, o Brasil virava uma mancha azul-cinza, distante. Rose olhava pela janela, o rosto meio iluminado, meio sombra.
Dormir não era opção. A mente corria mais depressa que o avião.
Henrique, ao lado, revisava relatórios no tablet.
— Cruzamos as rotas, — disse ele, com a voz baixa. — O cargueiro Valiant Sea atracou em Marselha três horas atrás. A Interpol confirma: Sophia desembarcou e seguiu de carro rumo a Lyon.
Rose ergueu o olhar, impassível.
— E Artur?
Henrique puxou o fone, conectando-o ao rádio.
— Ele tá plugado num servidor francês. Disse que precisa de trinta minutos pra invadir o leilão e rastrear os IPs dos compradores.
Rose assentiu devagar.
— Trinta minutos. — suspirou. — É o tempo que ela tem pra respirar livre.
Do outro lado do mundo, Artur suava diante de três telas e uma pilha de cabos improvisados. O hacker falava rápido, com o inglês misturado ao português.
— Consegui invadir o hu