O porto de Lyon parecia uma fera adormecida.
As luzes dos guindastes piscavam como olhos vigilantes, e o som das ondas batendo contra o cais se misturava ao assobio do vento cortando o metal dos contêineres.
Rose avançava na frente, passo firme, a arma rente ao corpo.
Cada movimento dela era um compasso medido, um eco treinado de quem sabia que qualquer som errado podia custar vidas.
Atrás, Henrique coordenava a equipe pelo rádio. — Alfa, posição. Bravo, cobertura norte.
As vozes responderam em sussurros. Tudo pronto.
Artur, do outro lado do canal seguro, acompanhava as câmeras e o mapa térmico.
— Chefe, você tem dezessete sinais de calor dentro do galpão principal. — disse, rápido. — Quatro armados, um no segundo andar, possivelmente vigia. O resto parece comprador.
Rose fez sinal com a mão, mandando a equipe desacelerar.
A chuva começava a engrossar, batendo no chão com força. O cheiro de óleo e sal queimava nas narinas.
Ela olhou para Henrique, e o olhar bastou: era hora.
Seguiram