O amanhecer chegou devagar, tímido, como se o mundo soubesse o que tinha acontecido naquela noite.
A mansão ainda dormia, envolta no mesmo silêncio que pairava sobre o tatame horas antes.
Rose acordou antes do sol nascer, o corpo pesado e a mente inquieta.
O lençol do quarto parecia frio demais para um corpo que ainda lembrava o calor de outro.
Sentou-se à beira da cama, as mãos tremendo levemente ao puxar o cabelo para o alto.
Tentou se convencer de que era só um erro, um impulso, uma fraqueza.
Mas as lembranças vinham como relâmpagos: o toque, o som da respiração, o gosto dele ainda na boca.
E, mais do que isso, a sensação de ter cruzado uma linha que não tinha volta.
Foi até o banheiro.
A água fria caiu sobre a pele, e ela fechou os olhos, tentando apagar o que restava da noite anterior.
Mas a memória vinha junto com cada gota, com cada respiração.
Não era culpa.
Era algo mais profundo — uma confusão entre necessidade e arrependimento, entre o que devia e o que queria de novo.
Quan