O eco do beijo ainda parecia preso nas paredes da academia.
Rose caminhava pelo corredor como quem foge de um incêndio — mas o fogo continuava aceso dentro dela.
Cada passo doía. Cada respiração denunciava o que ela tentava esconder: o desejo que crescia desde o primeiro olhar, agora livre, selvagem, impossível de ignorar.
Entrou no vestiário, trancou a porta e encostou as costas na parede fria.
Fechou os olhos. Tentou respirar.
O cheiro dele ainda estava na pele. O gosto, nos lábios.
E o corpo… o corpo parecia ter perdido a noção de distância.
Abriu o chuveiro no máximo, deixando a água cair sobre a cabeça, gelada, tentando apagar o incêndio que ardia sob a pele.
Mas cada gota parecia se misturar ao calor — não apagá-lo.
“Foi um erro”, sussurrou para si mesma, as mãos apoiadas no azulejo.
Um erro que ela repetiria sem pensar duas vezes.
O som da água era alto o bastante para mascarar o resto — os pensamentos, o nome dele, o som da respiração acelerada.
Até que outro som, mais baixo,