Os dias haviam se passado desde aquela manhã em que o mundo de Rose e Pedro mudou.
A rotina deles, antes marcada por reuniões e seguranças, agora era feita de café morno, risadas fora de hora e pequenos sustos com os enjoos dela — que Pedro transformava em crises de preocupação dignas de novela.
Naquele dia, o consultório estava silencioso.
O som distante do monitor cardíaco e o perfume suave de lavanda enchiam o ar.
Rose estava deitada na maca, o avental de algodão cobrindo a barriga que começava a despontar.
Pedro, sentado ao lado, segurava a mão dela com força, como se fosse o único jeito de se manter no eixo.
— Respira, meu amor — disse ele, com a voz baixa, quase um sussurro. — Vai dar tudo certo.
Rose sorriu. — Você fala isso desde o exame de sangue, lembra?
— E acertei todas as vezes. — respondeu, apertando de leve a mão dela. — Agora não vai ser diferente.
A porta se abriu, e a médica entrou, sorridente, segurando a prancheta.
— Bom dia, casal Nascer! Prontos pra conhecerem o