Nosso casamento seria no domingo. No sábado, acordamos cedinho, e Léo não conseguiu se envolver muito, estava ocupado demais no escritório. A sua presença, mesmo ausente, era constante, e eu me sentia mais uma vez em um mundo que não era meu.
— A cerimonialista aguarda a senhora — falou Cidália, me tirando do meu transe.
Era uma mulher belíssima e delicada, que me explicou como devia ser a minha entrada e tudo mais. A cerimônia, que parecia um conto de fadas, era, na verdade, um espetáculo bem coreografado. A entrada, a música, o timing perfeito. A minha vida, que eu achava que era minha, agora era um roteiro, escrito por outra pessoa. A ansiedade, o medo, a incerteza... tudo se misturava em um turbilhão de emoções. E eu, a fotógrafa órfã, me sentia uma atriz em um palco, atuando um papel que eu não escolhi.
No fim do dia, a casa ganhou vida com a chegada dos meus amigos. Bruna, Cleo, Juliano, Fagner e Fernanda. A presença deles, a familiaridade de suas vozes, foi um alívio em me