A manhã nasceu mansa, e o claro invadiu nosso quarto como um convite à saudade. Os pássaros cantavam do lado de fora, enquanto o murmúrio dos trabalhadores ecoava nos vinhedos, trazendo vida à propriedade.
Léo tomou um banho demorado, o vapor cobrindo o espelho e seu perfume espalhando-se pelo ar. Quando saiu, já trazia uma pequena mala nas mãos — a mesma que havia deixado pronta na noite anterior.
Descemos juntos. Lucca ainda dormia, o rostinho tranquilo, e Léo não teve coragem de despertá-lo.
Na cozinha, Emma havia preparado pães e bolo fresco. O cheiro era acolhedor, mas Léo estava apressado. Limitou-se a um café preto, enquanto eu o observava em silêncio, tentando gravar cada detalhe seu — o modo como dobrava as mangas da camisa, o olhar firme, o sorriso breve antes de partir.
Nos despedimos à porta. Ele entrou no carro e seguiu pela estrada que levava ao hangar.
Talvez fossem os hormônios, mas as lágrimas vieram sem que eu pudesse conter.
Era estranho estar ali, na França, sem Lé