O vento daquela manhã parecia menos cortante, como se até o clima tivesse decidido colaborar com a movimentação que tomava a pequena praça central da vila. Madeleine ajustou o cachecol no pescoço e apertou o passo ao ver Clara acenando, já de avental, diante de uma mesa coberta por tecidos coloridos e caixas de madeira.
— Achei que você ia se atrasar — disse Clara, brincando, enquanto entregava a ela uma pilha de toalhas bordadas para organizar.
— Eu só estava decidindo se minhas luvas combinavam com o espírito da ocasião — respondeu Madeleine, arrancando um sorriso da amiga.
A feira comunitária não era grande, mas tinha algo de acolhedor que nenhuma feira londrina poderia reproduzir. Talvez fosse o modo como todos se conheciam pelo nome, ou como as barracas se amontoavam em um desenho desordenado que, de algum jeito, funcionava.
Madeleine começou a ajudar na arrumação: ajeitou potes de geleia, pequenas esculturas de madeira e cestos de tricô. Ao lado, uma senhora organizava garrafas