A carta chegou cedo, junto com o som abafado de passos na neve da entrada. Madeleine encontrou o envelope sobre o capacho, o selo oficial reconhecível à distância. Ficou alguns segundos olhando para ele, como se abrir fosse algo que pudesse mudar o curso de tudo.
Sentou-se na poltrona perto da lareira, o aquecedor do chalé sussurrando seu calor constante. Passou o dedo pelo lacre e, com cuidado, desdobrou a folha.
"Confirmamos o encontro presencial com Beatrice Foster no dia 28 de abril, às 15h, em local a ser informado até 48h antes. Reunião mediada, conforme acordado judicialmente."
Ela leu três vezes, como se as palavras precisassem atravessar alguma camada invisível antes de se tornarem reais. Sentiu o coração bater rápido, mas não era um pânico sufocante — era outra coisa. Algo entre medo e um sopro de esperança.
Pegou o celular e mandou uma mensagem curta para Clara: “Pode vir tomar café? Preciso falar.”
Clara chegou com o casaco ainda úmido de neve. Madeleine não esperou o café