Estela
Cheguei em casa exausto. Joguei as chaves em cima da bancada e respirei fundo, tentando aliviar a tensão do dia. A cirurgia tinha sido caótica. Um erro de outro médico quase custou a vida de um paciente. Eu tive que correr contra o tempo, corrigir tudo… e tentar não explodir.
O celular vibrou.
Estela.
Só de ver o nome dela, já senti o coração desacelerar um pouco. Atendi a ligação.
— Oi, minha bonequinha…
— Amor… você tá com a voz estranha. O que houve?
— Cirurgia difícil. Teve erro antes de mim… precisei corrigir tudo. Foi por pouco. Tô com a cabeça a mil.
— Queria poder te abraçar agora.
— Só sua voz já me abraça.
— Então deixa eu tentar mais uma coisa…
O tom dela mudou. Fiquei em silêncio, curioso.
— Acabei de sair do banho… coloquei aquela camisola azul de renda. Aquela que você disse que adoraria rasgar com os dentes.
Meu maxilar travou.
— Continua murmurei, sentando no sofá e afrouxando a camisa.
— Tá coladinha no meu corpo… e eu tô sem nada por baixo. A água ainda escorr