Guilherme
Assisti ela desaparecer pelo portão de embarque e permaneci ali, parado, sem conseguir me mover.
Parecia que, se eu saísse daquele lugar, estaria aceitando que ela realmente foi. Que aquele fim de semana intenso e absurdo tinha acabado.
Meus olhos ardiam, minha garganta estava seca. E, mesmo cercado de gente, era como se o mundo tivesse silenciado.
Ela foi.
E metade de mim foi junto.
Quando o avião decolou, dei as costas e fui até o carro como quem carrega pedra no peito. Sentei atrás do volante e respirei fundo, lutando contra o impulso de correr até a pista e gritar pra ela não ir.
Mas eu não podia. Ela tinha uma vida lá.
E eu… tinha que continuar com a minha aqui.
Liguei o carro e segui pro hospital.
O plantão me aguardava com a frieza habitual, e aquilo foi quase um alívio. Era como mergulhar de volta no piloto automático, no lugar onde emoções eram abafadas por jalecos, protocolos e urgência.
Mas não durou.
O cheiro dela ainda estava na minha camisa. A lembrança do gost