Andréia
O zíper do vestido travou na metade das costas. Bufei, frustrada, enquanto tentava alcançá-lo sozinha pela terceira vez. O nervosismo já estava me tirando a paciência.
— Marlene! chamei, rindo sem graça. — Me salva aqui?
Ela apareceu na porta com um sorriso cúmplice.
— Achei que fosse só um barzinho com colegas — disse, puxando delicadamente o zíper até o fim. — Isso aqui tá mais pra encontro mesmo.
— Não é um encontro, respondi rápido demais. — É só… um chope depois do plantão. Ele convidou, eu aceitei. Só isso.
Ela me olhou pelo espelho com aquele jeito de quem sabe demais, mas decide não falar tudo.
— Você tá linda, filha.
Engoli em seco. O vestido preto ajustava no lugar certo, os cabelos soltos davam um ar leve. Um toque de batom nos lábios, o perfume discreto... E mesmo assim, me sentia exposta.
Marlene se aproximou e segurou minhas mãos.
— Você tem o direito, Andréia. De sentir isso. De se permitir.
Assenti, mesmo sem ter certeza de nada.
A porta do quarto s