Andréia
Na manhã seguinte, o telefone tocou logo depois do café. Gustavo atendeu, e pelo jeito que os olhos dele se iluminaram, percebi que era a mãe.
— Oi, mãe… claro, pode vir sim. ele disse, e desligou em seguida.
— Quem era? perguntei, já desconfiando.
Ele sorriu. — Minha joia, a mamãe quer vir aqui hoje. Disse que não conseguiu parar de pensar no Henrique.
Antes que eu pudesse reagir, Henrique apareceu da cozinha, ainda mastigando um pedaço de pão.
— O que tem eu?
— Sua avó Maria Lúcia quer vir te visitar. Gustavo respondeu, tranquilo.
Henrique arregalou os olhos, surpreso.
— Sério? Depois de ontem eu achei que ela não ia querer… falou baixo, quase como um segredo.
Meu peito apertou com a sinceridade dele. A infância já dava espaço àquela fase em que as palavras são mais pesadas, mais conscientes.
— Eu acho que ela gostou muito de você. garanti, passando a mão em seus cabelos bagunçados.
Ele sorriu tímido, mas havia brilho nos olhos. — Então eu vou mostrar pra ela meu desenh