Andréia
Durante o caminho até a casa dos pais do Gustavo, eu tentava disfarçar o nervosismo, mas minhas mãos suavam e o coração parecia fora de ritmo. Henrique, sempre curioso, olhava pela janela, encantado com as ruas largas e cheias de árvores do bairro nobre de Belo Horizonte.
— Calma, meu amor… Gustavo apertou minha mão, me olhando com firmeza. — Você não precisa provar nada para ninguém.
Assenti em silêncio, sentindo meus olhos marejarem. A voz dele era meu porto seguro, mas a mansão que surgia diante de nós parecia tudo, menos acolhedora. Os portões altos, os jardins perfeitos, a fachada imponente… Tudo me fez sentir ainda mais pequena.
Assim que entramos, fomos recebidos por Maria Lúcia. E, para minha surpresa, ela foi calorosa, doce, abraçou Henrique e depois a mim como se já fôssemos parte dela. O coração até se acalmou por um instante, até que os passos firmes ecoaram no hall.
Otávio Mendes. Só de olhar para ele, senti minhas pernas tremerem. Diferente da ternura da mãe de