Gustavo
O fim de semana chegou mais rápido do que eu esperava. Durante o caminho até a casa dos meus pais, mantive a mão entrelaçada à de Andreia, sentindo o nervosismo que ela tentava disfarçar. Henrique estava no banco de trás, curioso, olhando pela janela enquanto se encantava com as ruas largas e arborizadas do bairro nobre de Belo Horizonte.
— Calma, meu amor… falei baixinho, apertando sua mão. — Você não precisa provar nada para ninguém.
Ela me olhou com os olhos marejados, apenas acenando em silêncio.
Quando chegamos à frente da mansão, vi a respiração dela falhar. A casa onde cresci parecia ainda maior e mais fria do que eu lembrava: portões altos de ferro, jardins impecavelmente podados, a fachada branca com colunas imponentes. Tudo gritava luxo… e vazio.
Um funcionário abriu o portão para nós, e logo a porta principal se escancarou. Minha mãe surgiu, elegante como sempre, com um vestido azul claro que realçava seus olhos. Maria Lúcia era linda, mas havia uma tristeza discre