Gustavo
Cheguei no hotel ainda com o gosto do beijo dela nos meus lábios. Não tinha mais ninguém no saguão, o silêncio da noite tomava conta do ambiente. Subi para o quarto com um sorriso idiota no rosto, o coração ainda acelerado.
Antes de qualquer coisa, pedi na recepção que, logo pela manhã, entregassem na suíte dela um café da manhã bem caprichado, com flores e um cartão escrito à mão. Fiz questão de deixar o bilhete pessoalmente:
“Andréia, o beijo dessa noite foi o melhor da minha vida. Ainda sinto o sabor dele. Que seu dia comece tão lindo quanto você. — Gustavo.”
Depois de resolver tudo, fui pro banho. A água quente escorrendo pelo meu corpo só fazia a lembrança do toque dela ficar mais viva. A imagem dos lábios entreabertos, o perfume suave, o corpo encaixado no meu...
Fechei os olhos, encostando na parede do boxe.
Era ela. Só podia ser ela.
E enquanto a água caía, meu corpo reagia só de imaginar a forma como ela me olhou antes de sair do carro. Aquilo não era só desejo