Andréia
— E aí, onde você vai ficar? ele perguntou baixinho, virando o rosto levemente na minha direção. — Hotel? Ou vai ficar na fazenda?
— Hotel. Vim com o Rafael, mas... olhei na direção dele, que ria todo bobo com a moça — acho que ele vai querer ficar por aqui mesmo. Tá encantado.
Gustavo riu, sem ironia, apenas observando a cena.
— Eu também tô num hotel no centro. Se quiser, posso te levar.
— Ah... não precisa...
— Faço questão, Andréia. E... eu queria mais tempo com você. Nem que seja só no caminho de volta.
Meu coração disparou.
Assenti devagar, tentando controlar o sorriso que ameaçava surgir. A noite ainda não tinha acabado.
Assim que entramos no carro, o silêncio foi tomando conta aos poucos, mas não um silêncio desconfortável… era como se nossas almas estivessem conversando ali, no intervalo das palavras.
A música começou a tocar baixinho no rádio. Aquela…
"Queria saber voar,
Pra lá do alto poder ver você
Te ver sorrir, te ver sonhar
Coisas lindas quero te dizer..."
Sus