Andréia
Cheguei em casa depois do plantão com a cabeça girando. O corpo cansado. O coração… mais ainda.
Gustavo. A copa. A troca de olhares. O toque dos nossos dedos. Tudo ainda pulsava dentro de mim como se estivesse acontecendo em tempo real.
Mas bastou ouvir os passinhos correndo pela casa pra eu lembrar o que realmente importava.
— Mãe! Henrique apareceu no corredor com um sorriso de orelha a orelha. — Fiz um desenho pra você!
Me abaixei e o abracei forte, sentindo meu coração se acalmar só por tê-lo ali, inteiro, meu.
— Eu quero ver! Mas me dá só um tempinho, tá? A mamãe vai sair rapidinho e depois a gente vê juntos.
Ele me olhou desconfiado, com aquele jeitinho que já me lia sem esforço nenhum.
— Vai sair com alguém?
Respirei fundo, tentando manter o tom leve.
— Vou. Um amigo. Mas volto logo.
— É o moço que mandou as flores?
Engoli seco.
Meu filho era esperto demais.
— É.
Henrique cruzou os bracinhos e me olhou sério.
— Ele sabe que você tem um filho?
A pergunta veio como um so